Disney defende direitos gays na Georgia
A Disney e os estúdios Marvel anunciaram nesta quarta-feira (23) a intenção de boicotar o Estado americano da Geórgia caso seu governador, Nathan Deal, aprove uma lei discriminatória contra homossexuais.
A câmara legislativa local aprovou a medida na semana passada, informou a revista americana “Variety”. Ela postula que nenhum ministro deve ser obrigado a casar pessoas do mesmo sexo, também permitindo que instituições com valores religiosos se recusem a contratar e prestar serviços de qualquer natureza a homossexuais ou indivíduos que não sustentem as suas crenças.
O governador Nathan Deal tem até o dia 3 de maio para aprovar ou não o projeto de lei. Setores do empresariado da Geórgia se manifestaram contra, temerosos que a medida polêmica desperte protestos contra o Estado como os sofridos pela Indiana, forçada a reconsiderar sua lei de “liberdade religiosa” no ano passado.
Se depender da Disney, é o que acontecerá. “A Disney e a Marvel são empresas inclusivas. Embora tenhamos muita experiência em filmar na Geórgia, nós planejamos levar nossos projetos para outro lugar se qualquer legislação legitimando práticas discriminatórias for aprovada pelo Estado”, declarou um representante das empresas.
O governo da Geórgia atrai as equipes de filmes e séries de TV ao oferecer abatimento fiscal de até 30% para produções audiovisuais. A Marvel filmou “Homem-Formiga”, “Capitão América: Guerra Civil” e “Guardiões da Galáxia 2” próximo de Atlanta, capital do Estado, nos estúdios Pinewood.
A Associação dos Filmes dos Estados Unidos (MPAA) também se manifestou contra o projeto de lei. “Estamos confiantes que o governador Deal não deixará uma medida discriminatória se tornar lei na Georgia”, afirmou Vans Stevenson, vice-presidente de assuntos governamentais da instituição.
De acordo com a revista “The Hollywood Reporter”, empresas sediadas na Geórgia como a Coca-Cola, a Home Depot e a UPS se juntaram em uma coalizão para combater a medida.
“Para que os negócios na Geórgia sejam capazes de brigar pelos melhores talentos, precisamos de locais de trabalho e comunidades diversas e receptivas para todas as pessoas, independentemente de raça, gênero, nacionalidade, religião, idade, deficiências e orientação sexual”, declararam.
A organização da NFL, liga de futebol americano, informou que a aprovação do projeto de lei pode afetar sua decisão de nomear ou não Atlanta como cidade-sede do Super Bowl em 2019 ou 2020. Times locais como o Atlanta Falcons, Atlanta Braves e Atlanta Hawks também mostraram seu desagrado.